ORGANIZADOR: JOSÉ MOURÃO
Departamento de Matemática, IST


 

 

 

RUI VILELA MENDES, Grupo de Física Matemática, Universidade de Lisboa
ESPAÇO-TEMPO NÃO-COMUTATIVO E O PRINCÍPIO DE INCERTEZA

RESUMO
A álgebra da mecânica quântica relativista (Lorentz mais Heisenberg) é instável. A sua estabilização por deformações introduz dois parâmetros, um com dimensão de comprimento e outro um sinal arbitrário. Estudam-se as consequências da álgebra deformada na relação de incerteza e na densidade de estados. Os resultados são comparados com os obtidos em teoria da gravitação e na teoria das cordas.

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ROGER PICKEN, Departamento de Matemática, IST
GERBES E TEORIA TOPOLÓGICA QUÂNTICA DO CAMPO

RESUMO
Gerbescom conexões constituem uma estrutura geométrica de ordem superior, que generaliza os fibrados com conexões (o enquadramento matemático da teoria de gauge), prometendo aplicações interessantes em diferentes áreas da Física. A descrição da geometria em termos de formas e funções locais, ou seja, cujo domínio é constituido por pontos da variedade, é equivalente, num sentido preciso (M. Mackaay e R. Picken, math.DG/0007053), a uma descrição em termos de holonomia e transporte paralelo, conceitos não-locais associados a lacetes e curvas na variedade, no caso dos fibrados, ou a superfícies na variedade, no caso dos gerbes. Nesta palestra a equivalência referida será abordada da perspectiva da chamada Teoria Topológica Quântica do Campo (TTQC, ou TQFT na sigla inglesa). A TTQC é uma noção abrangente, que pode ser caracterizada, para os efeitos da palestra, como sendo uma representação de objectos topológicos com estrutura, análoga à representação matricial dos elementos de um grupo, e bem-comportada sob a colagem de objectos.

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RICARDO SCHIAPPA, Department of Physics, Harvard University
QUANTIZAÇÃO POR DEFORMAÇÃO E TEORIA DE CORDAS ABERTAS EM ESPAÇOS CURVOS

RESUMO
Com o trabalho recente de Connes, Douglas e Schwarz, de Schomerus, e de Seiberg e Witten, ficou claro que a descricão de D-branas (hipersuperfí cies onde as cordas abertas podem acabar, nas teorias de tipo IIA e IIB) em certos campos constantes pode ser feita através da reformulação da teoria de Yang-Mills sobre variedades não-comutativas (através do uso dos produtos estrela de Moyal e de Kontsevich). Por outro lado, trabalho mais antigo por Witten indica que a estrutura geral destas teorias deve incluir um traço generalizado para produtos, que em geral devem ser não-comutativos, bem como uma estrutura algébrica homotópicamente associativa que esteja associada a este traço e o respectivo produto. Pretendemos aqui rever estes trabalhos por forma a motivar um estudo mais geral de cordas abertas e D-branas em espaços curvos, onde a ideia chave é tentar definir estas novas teorias através da reformulação da teoria de Yang-Mills sobre variedades mais gerais, isto é, através de deformacões não-associativas (embora homotópicamente associativas) que generalizam a deformação de Kontsevich. Veremos como construir estas deformações em primeira ordem de teoria de perturbações e como neste caso elas são completamente baseadas na fórmula de Kontsevich. Veremos ainda o que se passa em ordem mais elevada e como poderá vir a existir uma nova fórmula para um produto estrela, generalizando a fórmula de Kontsevich (técnicamente demonstrada para teoria de cordas topológicas, não para teoria de cordas bosónica ou supersimétrica).

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JEAN-CLAUDE ZAMBRINI, Departamento de Matemática, FCUL
INTEGRAIS DE FEYNMAN, ANÁLISE ESTOCÁSTICA E GRUPOS DE LIE

RESUMO
Descreveremos o que são os integrais de Feynman e as razões pelas quais foram introduzidos. Relembraremos o que os torna matematicamente misteriosos e estabeleceremos alguns pontos de contacto com a análise estocástica moderna. A relação entre integral de Feynman e grupo de Lie provém de um aspecto que aquele autor não explorou, o estudo das simetrias dos integrais de caminho. Indicaremos o que Feynman poderia ter descoberto se tivesse tido à sua disposição as técnicas de análise estocástica, bem como a interpretação física desses resultados.

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NENAD MANOJLOVIC, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade do Algarve
MODELOS DE GAUDIN BASEADOS EM SUPERALGEBRAS DE LIE

RESUMO
O método de espalhamento inverso é aplicado aos modelos de Gaudin baseados em superalgebras de Lie. Os modelos de Gaudin podem ser considerados como limites semi-clássicos de modelos de spin quânticos. Neste contexto, discutimos uma classe de matrizes R quânticas e os respectivos sistemas de spin. As relações de Faddeev-Reshetikhin-Takhtajan
(FRT) permitem uma escolha natural de Hamiltoneanos em involução. O limite semiclássico das relações de FRT é o parentesis linear de Sklyanin. Mostra-se que a involução da função geradora dos Hamiltoneanos de Gaudin é uma consequência directa do parentesis de Sklyanin. Os vectores próprios dos Hamiltoneanos de Gaudin, que estão relacionados com a matriz r clássica, são construídos pelo Ansatz algébrico de Bethe. Os correspondentes operadores de criação são definidos por uma relação de recorrência. É encontrada de forma explícita a solução desta relação de recorrência. A acção dos operadores de criação no vector de spin mais baixo dá origem aos vectores de Bethe do modelo. A relação entre os vectores de Bethe e soluções da equação de Knizhnik-Zamolodchikov é estabelecida.

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JOÃO P. NUNES, Departamento de Matemática, IST
ASPECTOS GEOMÉTRICOS E ANALÍTICOS DAS FUNÇÕES THETA

RESUMO
Seja X uma superfície de Riemann compacta. As funções theta clássicas podem ser descritas como secções holomorfas de fibrados sobre a Jacobiana da curva X. De modo análogo, as funções theta não-abelianas são definidas como secções holomorfas de fibrados apropriados sobre o espaço moduli de fibrados vectoriais sobre X. Iremos descrever resultados recentes sobre aspectos analíticos destas funções, relacionados com a transformada de estados coerentes assoaciada a um grupo de Lie compacto G.

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