17
a 31 de Outubro
Galerias do Chiado
Estará patente ao público
uma exposição de Instrumentos
Tradicionais de três continentes ( África, Europa e América
) em colaboração com o Museu de Etnologia de Lisboa.
"Em todos os tempos e em
todos lugares o homem sempre mostrou grande engenhosidade ao fazer nascer
o som e a música a partir de materiais existentes no seu ambiente
natural. ... A voz e o bater das palmas podem certamente considerar-se
as primeiras formas instrumentais usadas pelo homem, desde os tempos mais
remotos, e que se encontram em muitas sociedades. Além dessas formas
naturais, porém, desenvolveram-se através dos milénios
instrumentos musicais mais ou menos bem elaborados, com os materiais que
o ambiente natural fornece, e conforme a evolução técnica
dos diferentes povos. As influências de outras culturas são
aproveitadas e os instrumentos difundidos sofrem transformações
dependentes das possibilidades e condições locais..."
Margot
Dias
Essa procura, em paralelo
com as capacidades de modulação da voz e de percussão
do corpo, tem levado ao aperfeiçoamento de objectos sonoros. Uma
cana de bambu, uma pele ou uma corda esticada, criaram os primeiros instrumentos
musicais. O seu uso teve um papel de tal maneira importante na história
das civilizações que a sua invenção tem sido,
em várias culturas atribuída aos deuses. Objectos de mitos
e também de rituais o seu som representa a voz dos antepassados.
Mas é também através deles que os homens encontram
um meio de mostrar a sua alegria e a sua tristeza, o seu amor e o seu ódio.
Eles são testemunhos não só de usos e crenças
e dos símbolos aos quais estão associados, mas também
dos feitos históricos, dos universos culturais e das invenções
tecnológicas. E como objectos de arte, da época e do meio
social onde são produzidos. Por isso, conhecermos de perto estes
objectos éconhecermos também um pouco a história do
nosso povo, das regiões onde habita, dos seus hábitos de
festa, de religião, de trabalho, da diversidade das suas formas
culturais e artísticas já que os instrumentos musicais são,
com nos diz Alessandro Sistri:
"... Documentos complexos
que nos ajudam a conhecer diferentes aspectos da cultura a que pertencem,
por serem objectos síntese do sistema expressivo sonoro-musical
e do sistema simbólico-material, em que as funções
sonora, simbólica e estética interagem as componentes decorativas,
iconográficas e plásticas dão sentido mágico
ao instrumento..."
26 de
Outubro
Praça 8 de Maio, 21h45m
Brigada Victor Jara (Portugal) + GEFAC
(Portugal)
Brigada Victor Jara
Numa pausa do trabalho de
abertura de uma estrada para os lados da Lousã, o acaso de uma "viola"
e um coro de meia dúzia de vozes terá feito nascer a Brigada
Victor Jara. Brigada por que o era, de facto, de trabalho e de cantigas.
Victor Jara pelo combate, acarinhado e sentado num camião do MFA
a caminho de uma aldeia beirã.
No início o canto
era "de intervenção", em versões de cantigas de José
Afonso, Sérgio Godinho, Victor Jara, Quilapayum. O primeiro contacto
com a Música Tradicional (ou Regional?, ou Popular?) teve-a no GEFAC
(com quem, desde então e até hoje, partilha músicos),
num ou noutro dos discos-de-capa-de-sarapilheira editados pelo Michel Giacometti,
num ou noutro encontro com músicos ou cantadores populares.
Escrevia a Brigada na capa
de Eito Fora (1977) não ignorar que "o folclore que sai do seu lugar
próprio, que são os campos e as aldeias, e esquece o homem
na relação diária com o trabalho campestre, corre
o risco de não passar de um produto banal, uma mercadoria que faz
as delícias dos turistas, avinhados ao ritmo dos ferrinhos e da
concertina." Ao mesmo tempo esclarecia não ser o seu trabalho de
natureza etnomusicológica e homenageava "Michel Giacometti e alguns
mais (poucos) que realizaram e realizam com saber e persistência
esse labor tão apaixonante como ingrato".
A Brigada Victor Jara nunca
pretendeu desempenhar o papel de "preservador" da memória musical
do seu povo, nem iniciou o seu trabalho com o fito de atender a modas (de
resto já ía longa a sua vida quando o mercado da "world music"
inaugorou a primeira prateleira de Cê Dês). Antes se foi ocupando
a re-contar as melodias apreendidas, misturando-as com os sons das suas
próprias vivências. Desigual, a sua discografia é o
resultado de um longo processo em que diversos músicos, atravessando
o grupo na sua trajectória, vão dizendo de sua justiça,
com uma preocupação central (e essencial na arte popular)
- a de contar um conto acrescentando-lhe um ponto.
GEFAC
As diversas manifestações
da cultura popular constituem, por excelência, o momento em que um
povo fala lealmente de si, o momento onde um povo se revela na sua maneira
de ser própria. Enraizado nesta consciência, o Grupo de Etnografia
e Folclore da Academia de Coimbra (GEFAC) é fundado como Organismo
Autónomo da Associação Académica de Coimbra
em 1996, tendo desenvolvido desde aí um exaustivo trabalho de recolha,
tratamento e divulgação das manifestaçõees
tradicionais. O GEFAC utiliza as manifestações populares
numa perspectiva criativa, principalmente nos ajustamentos aos aspectos
cénicos, que permitem produzir um espectáculo globalizante,
não tanto empenhado em demarcar regiões, mas sim em acentuar
o sentir que provocou a criação artística popular.
O actual espectáculo
do grupo é mais um exemplo do tipo de espectáculos que se
têm vindo a fazer ao longo de 30 anos de actividades. Realmente,
neste esforço de divulgação, o GEFAC já apresentou
cerca de 650 espectáculos, quer no país quer no estrangeiro,
bem como várias gravações para algumas televisões
europeias.
28 de
Outubro
Auditório do Instituto Português
da Juventude, 21h45m
La
Musgaña (Espanha) + Ian
Karr / Karen Tweed (Inglaterra)
La Musgaña
Pensemos na música
tradicional espanhola ... dança, melodias, cantigas de amor, música
de trabalho como as mondas e festas rurais, interpretada com os intrumentos
tradicionais castelhanos - flauta de três buracos e tamboril, sanfona,
gaitas de fole e muitos instrumentos de percurssão; agora juntemos-lhe
algo de contemporâneo com a guitarra baixo e o clarinete. Este é
o som dos La Musgaña. Alem de ter em conta os vocalismos, a expressão
e todo o vigor da banda.
O trabalho deste grupo está
assente num rigoroso trabalho de recolha do que há de melhor na
música espanhola bem como dos instrumentos que a acompanham. Mas,
concluído esse trabalho, é a sua paixão pela interpretação
desses temas, a alegria e a força da sua actuação
ao vivo, que fazem dos La Musgaña um grupo que tem cativado as audiências
de todo o mundo e do seu espectáculo um acontecimento muito animado,
divertido e muito estimulante.
La Musgaña toca não
só em concertos como tambem realiza, com a mesma elevação,
oficinas de trabalho para toda a gente, tanto crianças como adultos---ao
longo dos anos têm feito muitos programas para trabalho nas escolas.
Ian Carr e Karen Tweed
Ian Carr e Karen Tweed, uma
dupla muito aclamada pela crítica, arrecada agora mais um soberbo
lançamento. À semelhança do seu elogiadíssimo
álbum de estreia - SHHH, o lançamento de FYACE é mais
uma excelente gravação da sua reconhecida e aclamada produção
musical.
A criatividade desta produção
resulta de uma combinação de elementos ingleses, irlandeses
e contemporâneos, refinados pelo talento e requinte musical de Ian
Carr e Karen Tweed. Desta forma, consegue-se absorver e impressionar audiências,
não só do Reino Unido, mas do mundo inteiro. Os seus concertos,
ao vivo e em estúdio, são ricos em influências internacionais.
Resultado natural das viagens levadas a cabo, não só por
ambos enquanto dupla, mas também por Ian com The Kathryn Tickell
Trio e por Karen com The Poozies.
É um espectáculo
no qual as reverentes interpretações de materiais tradicionais
se equilibram com um arrojado experimentalismo de ritmos, permitindo que
a abordagem alternativa e lírica que Ian Carr faz da guitarra acústica,
se combine de tal forma, com a vivacidade das melodias tocadas no acordeão
por Karen Tweed, que os incentiva a atingir auges inebriantes. A meio de
um espectáculo, a atmosfera que se cria entre os dois é tal,
que se fica com a sensação de termos caído, por acaso,
dentro da sua sala de estar. O seu virtuosismo, se bem que, às vezes
engraçado, às vezes bizarro, é óbvio. E o gozo
e prazer que sentem é facilmente transmitido a todos aqueles que
se encontram presentes.
Melodias de encantar e bordões
em abundância, onde a música se torna ritmo, o ritmo torna-se
harmonia e a harmonia desafia os clichés. Quer seja ao vivo, quer
seja em disco, a sua forma de tocar vai deixá-lo de boca aberta
de espanto e radiante de alegria!
31 de
Outubro
Hotel Quinta das Lágrimas, 21h45m
Paulo Vaz de Carvalho (Portugal) + Janita
Salomé (Portugal)
Paulo Vaz de Carvalho
Iniciou o estudo de Guitarra
como autodidacta em Vila Real. A par do curso de Direito que concluiu em
1981, frequentou cursos livres com Fernando Lencart, Dogoberto Linhares,
Piñero Nagy e Alberto Ponce.
Como bolseiro do Ministério
da Cultura frequentou a classe de Guitarra do Prof. Luize Walker na Academia
Superior de Música de Viena, vindo a continuar os seus estudos em
Paris sob a orientação particular de Roberto Aussel. Conclui
o Curso Superior de Guitarra com a mais alta classificação
na Escola Nacional de Música de Aulnay. Continuou a sua formação
em cursos livres de Russel, Diaz, Cotsiolis, Ragossnig, Zapka, Brouwer,
entre outros.
Concluiu em 1993 o Curso
de Mestrado em Ciências Musicais da Universidade de Coimbra com o
trabalho "António da Silva Leite, aspectos seleccionados da vida
e obra".
Tem-se apresentado em programas
musicais de Rádio e Televisão e em temporadas da Fundação
Calouste Gulbenkian, Secretaria de Estado da Cultura, Fundação
de Serralves, Festival de Guitarra de Aveiro, Semana de Guitarra de Lisboa
e nas edições de 1996 e 1997 do Festival Internacional de
Guitarra de Santo Tirso. Tem participado na divulgação de
obras de Cândido Lima, Lopes Graça e Vitorino de Almeida,
de quem estreou a Fantasia Concertante para Guitarra e Orquestra com a
Orquestra Metropolitana de Lisboa sob a direcção de Miguel
Graça Moura.
Exerce actividade docente
na Licenciatura em Ensino da Música da Universidade de Aveiro e
colabora no CIFOP de Vila Real.
1 de
Novembro
Café Santa Cruz, 21h45m
Grupo Realejo (Portugal)
O Grupo Realejo foi criado
por Fernando Meireles em 1990. É constituído por Fernando
Meireles (sanfonas, bandolim, cavaquinho, ponteira e percurssões),
Amadeu Magalhães (gaita de foles, flautas, ponteira, concertina,
braguesa, bandolim e cavaquinho), Miguel Areia (violino), Ofélia
Ribeiro (violoncelo) e José Nunes (violas e bandolim). O Realejo
dedica-se à interpretação de música das tradições
europeias (a partir da Idade Média), com especial incidência
na música para sanfona, instrumento que havia desaparecido completamente
em Portugal durante o século XIX.
As sanfonas, concertina,
bandolins, cavaquinhos, guitarra e viola braguesa tocados pelo grupo foram
construídos por Fernando Meireles. As sanfonas foram feitas a partir
de figuras de presépios portugueses dos séculos XVII e XVIII.
Em 1995, o Realejo gravou
e editou o seu primeiro CD que tem por título "Sanfonia", através
da editora Movieplay. Em Março de 1997, através da mesma
editora, gravou o seu segundo CD que tem por título "Cenários".
Em Julho de 1997 o Realejo
foi um dos grupos convidados a participar nos Rencontres Internacionales
de Luthiers et Maîtres Sonneurs de Saint Chartier, tendo sido a primeira
vez que um grupo português esteve presente neste Santuário
das Músicas do Mundo.
4
de Novembro
Teatro Académico de Gil Vicente,
21h45m
Aziza
Mustafa Zadeh (Azerbeijão) + Frifot (Suécia)
Aziza Mustafa Zadeh
Tudo começou em 1991,
com o seu álbum "Aziza Mustafa Zadeh", gravado pouco depois de ter
estabelecido residência em Mainz.
A sua produção
seguinte, "Always", gravada em 1993, com acompanhamentos de Chick Corea,
John Patitucci (baixo) e Dave Weckl (bateria), ganhou reconhecimento internacional
junto com o prémio Echo e o prémio de Jazz da German Phono
Association.
Em "Dance of Fire", uniu-se
à equipa americana de Jazz de mais alta qualidade. Alguns dos músicos
com quem se pode ouvir neste álbum são: a lenda da guitarra
Al Di Meola, o mestre do baixo Stanley Clarke, a bateria de "Weather Report"
Omar Hakim e a estrela do saxofone Bill Evans.
Agora em "Seventh Truth"
(produzido pela própria artista nos Bauer Studios em Ludwigsburg),
a pianista e cantora Aziza Mustafa Zadeh redescobre e celebra as suas qualidades
como solista, recreando as explosões musicais que regularmente transformam
a sua vida em acontecimentos excepcionais e euforicamente famosos.
"Isto é tudo o que
sou. Isto é a minha própria música", diz a jovem à
qual se chamou amiúde "a Princesa do Jazz do Oriente".
Se o que ela toca é
realmente Jazz, é algo a que nunca deu importância. Para ela
o Jazz, Folk e a Música Clássica são simplesmente
categorias que não se separam. Ela notabiliza-se nos três
tipos de música. O que ela evita é que a restrinjam a uma
forma ou género musical.
A sua formação
como pianista clássica no Conservatório de Baku, o seu amor
ao Jazz, a sua inclinação para o canto e os sons tradicionais
do Azerbeijão: tudo isto ela combina para formar um estilo de música
cheio de abandono e hesitação entre Oriente e Ocidente.
"Tudo é música.
Tudo é uma só forma", diz.
A maior parte da sua inspiração,
diz Aziza, vem de seu pai, o pianista de Jazz Vajif Mustafa Zadeh, que
morreu tragicamente em 1979. Em cada album e em cada concerto dedica uma
canção à sua memória..
Em "Seventh Truth", Aziza
Mustafa Zadeh liberta-se da rigidez do conjunto musical, demonstrando um
estilo muito pessoal, misturando, por exemplo, em "Aj Dilber", o seu piano
Jazz, uma passagem coral cantada por ela ao estilo de Bach e as vibrantes
vozes da música Folk do Azerbeijão. Aqui ela tem o subtil
apoio do percussionista índio Ramesh Shotam, que se pode ouvir em
três canções deste disco, e pela primeira vez, Aziza
Mustafa Zadeh toca congas.
Alegria e sensibilidade,
temperamento, talento e uma actuação excepcionalmente brilhante
são os ingredientes que se encontram neste trabalho.
Como Al Di Meola disse no
ano passado: "Aziza é tão brilhante como compositora como
o é como pianista".
Frifot
Frifot reúne três
dos mais distintos personagens da cena da cultura popular Sueca, todos
eles com raízes profundas na tradição popular. O grupo
foi formado em 1987 e desde então, graças às suas
bem sucedidas digressões, tanto pela Suécia, como pelo mundo
fora, têm vindo a ganhar, mesmo fora dos círculos usuais de
apreciadores de música tradicional, um grupo vasto de seguidores.
Juntos criam uma poderosa
música contemporânea, a qual dá vida às velhas
tradições, sem deixar de perder contacto com a forma de pensar,
sentir e de exprimir dos nossos dias.
Lena
Willemark (Voz e violino)
Ela tem duas fontes de inpiração
musical:
Traz consigo da sua terra
natal, em Älvdalen, no norte de Dalarna, uma arca do tesouro repleta
de melodias e cantigas magníficas, que ela interpreta, não
só como violinista, mas acima de tudo como uma distinta cantora
de música tradicional. O seu encontro com a tradição
Jazz tem levado a sua música a atravessar vários caminhos
diferentes. Alguns dos mais importantes músicos da cena Jazz sueca
têm sido levados a produzir em colaboração com Lena
Willemark, a qual tem sempre como ponto de referência a música
tradicional, trabalhos verdadeiramente inspiradores. Lena tem conseguido
assim criar formas que não irão ser sujeitas, nem restringidas,
a rótulos de estilo ou género.
Per Gudmundson (Violino
e gaita de foles)
Com a sua poderosa e poética
interpretação das melodias tradicionais, tornou-se, e é
reconhecido como tal, o melhor violinista sueco. A sua escola musical e
fonte de inspiração é a tradição de
violinos de Rättvik, que confere a cor caracter'stica da linguagem
e tonalidade da sua música, não só em palco, durante
um concerto, como também acompanhando uma dança. Per Gudmundson
levou igualmente a cabo contribuições valiosas para o renascimento
da gaita de foles.
Ale Möller (Bandola,
címbalo, flautas, etc.)
Ale Möler, que domina
na perfeição vários instrumentos, conseguiu encontrar
o caminho de volta à música tradicional sueca, seguindo,
para isso, muitos trajectos tortuosos. Ele tornou-se assim, numa das maiores
fontes de inspiração, na busca de novos sons e expressões
na música tradicional. Colaborando de perto com velhos tocadores
tradicionais de violino, trouxe instrumentos novos à música
tradicional e tornou-se, ao mesmo tempo, um perito em instrumentos tradicionais
antigos.
5 de
Novembro
Teatro Académico de Gil Vicente,
21h45m
Cormac Breathnach's & Paul McSherry
(Irlanda) + Ricardo Rocha / João Paulo Esteves (Portugal)
Cormac Breathnach's
É o mais famoso e
o mais virtuoso tocador de flauta e de "whistle" que ao promover a fusão
da música jazz e folk no grupo Deisel, deslumbrou a europa
durante a sua digressão.
Actualmente cada um dos
elementos do grupo está envolvido em projectos pessoais um dos quais
é desenvolvido por Cormac em parceria com Paul Mcsherry, o jovem
guitarrista mais popular do panorama artístico irlandês.
Cormac Breatnach toca "whistle"
hà mais de trinta anos. Nascido em Dublin no seio de uma família
meio irlandesa meio espanhola, foi criado com paixão pela música
tradicional irlandesa e respeito pela música de outras culturas.
Actuou regularmente com Christy More, Elvis Costello e Donal Lunny de cuja
banda foi membro regular nos anos oitenta. Tambem participou e muitos programas
de TV para entrega de prémios no sul da Irlanda.
Descrito pela US Irish Voice,
em outubro de 1994, como "The fresh prince of jazz jigs",o modo
como Cormac toca "whistle" é imediatamente reconhecido pelo seu
balanço e caracteristico estilo de jazz.
Cormac já actuou
na Austria, Inglaterra, Escócia, Finlandia, Alemanha, Dinamarca,
Estónia, Fraça, Suiça, Polónia e nos Açores.
Será a segunda vez que actua em Portugal.
Paul McSherry
É um dos muitos músicos
talentosos de Belfast. Os seus irmãos e irmãs são
todos músicos e cantores altamente qualificados, e ele toca actualmente
no grupo Tamalin com três deles, tendo tido uma enorme projecção
na imprensa da música Pop.
Toca guitarra desde os 14
anos, tendo sido solicitado para acompanhar músicos como Liam O'Flynn,
Paddy Glackin, Paddy Keenan e Tommy Peoples.Foi tambem convidado por Brian
Kennedy e Tommy Makem, todos gigantes do panorama musical irlandês.
É membro fundador da Loose Connections, um grupo que actualmente
tem feito nome com o cantor Niamh Parsons com numerosas digressões
pela Europa e Austrália.
Juntos, os estilos interligam-se
e conjugam numa harmonia perfeita interpretando magistralmente e surpreendentemente
algumas das mais belas melodias.
Ricardo Rocha
Nasceu em Lisboa em 1974.
Começou muito cedo a tocar guitarra portuguesa e por volta dos quatorze
anos inicia a actividade de acompanhante de fado.
Com o grupo Kyrie principia
a explorar novos caminhos para o seu instrumento. Nesta via tem colaborado
com diversos músicos nacionais e estrangeiros como: João
Paulo Esteves da Silva, Mário Laginha, Maria João, Ralph
Tourner, entre outros...
Gravou recentemente o disco
Luz Destino para a editora M. A. Recordings.
João Paulo Esteves
da Silva
Nasceu em Lisboa em 1961.
Começou muito cedo a estudar piano.
Em 1984, obtido o diploma
do curso superior de piano do Conservatório Nacional, partiu para
França com uma bolsa de estudo do governo português. Permaneceu
em França durante oito anos.
A sua actividade de músico
profissional tem sido repartida, paralelamente, por vários campos:
música clássica, compositor e improvisador de jazz e música
portuguesa de raíz tradicional.
Em 1995 gravou o seu primeiro
disco Serra sem Fim pela editora Farol e gravou Almas e Danças
em colaboração com Mário Laginha.
Começou a gravar
para a editora americana M. A. Recordings em 1996 Luz Destino no
qual contou com Ricardo Rocha, Maria Ana Bobone e Mário Franco..."
Uma afirmação intrigante, moderna e única da aproximação
de quatro jovens músicos portugueses à sua herança
musical".
Em 1997 efectuou uma digressão
ao Japão, com o seu quarteto, onde realizou vários concertos.Prepara
actualmente o seu segundo disco.
7
de Novembro
Teatro Académico de Gil Vicente,
21h45m
Carmen
Linares (Espanha)
Herdeira da arte tradicional
flamenca, conquistou por mérito próprio um lugar privilegiado
entre os artistas do canto actuais e está considerada como uma das
figuras de topo em toda a Europa ocidental.
"Esta jovem mulher parece
viver no quarto onde dorme a grandeza do canto..."
Sempre com um acento pessoal,
interpreta uma extensíssima gama, desde os cantos mais festivos
aos definitivamente melancólicos, revelando uma grande força
e segurança nas actuações ao vivo e triunfando clamorosamente
nos seus registos em disco e televisão. Pelos seus conhecimentos
da difícil arte flamenca e a extensão antológica do
seu repertório pode dizer-se que estamos perante uma cantora enciclopédica;
no entanto, o seu trabalho reflecte ainda uma forte componente criativa
e o prémio Icaro, obtido em 1988, é a prova de que a opinião
pública reconhece e louva esse seu esforço de constante inovação.
"A sua arte é
estudo, entrega, autenticidade e verdade. Profunda nas vivencias e nas
emoções. Possui sensibilidade e força expressiva.
É uma enciclopédia viva que encerra abundantes arquivos de
estilos e de formas. Autentica antologia, é uma das maiores e mais
completas cantoras da actualidade."
Dotada de uma voz flamenca
de notável extensão, rica e emotiva, um infalível
sentido de ritmo e uma afinação precisa e segura, tudo isto
aliado ao facto de estar no mundo do espectáculo desde os 14 anos,
faz com que as actuações desta intérprete espanhola
constituam um acontecimento inesquecível.
"Carmen encontra-se num
momento brilhante da sua carreira,que a levou com passo firme a colocar-se
no topo do canto feminino actual."
13
de Novembro
Auditório do Instituto Português
da Juventude, 21h45m
Justin
Vali Group (Madagáscar)
Anos 90: Madagáscar
era finalmente descoberta pelos apaixonados pela "World music". Justin
Vali afirmou-se como o embaixador mundial da música malgascarense
actual. A sua personalidade e a sua dinâmica musical fazem dele o
único a recolher e retranscrever todas as particularidades das músicas
da ilha, combinando habilmente a complexidade das rítmicas africanas,
das harmonias asiáticas e das estruturas orientais.
Madagáscar, ilha
continente, é o reflexo vivo do cruzamento de raças, onde
os registos e os instrumentos variam de região para para região.
O VALIHA (pronuncia-se Vali), é o instrumento de cordas presente
em toda a ilha, concebido a partir de diversos materiais como o bambu,
a chapa de ferro fundido e a madeira, apresentando formas, funções
e sonoridades múltiplas.
Justin Vali, nascido no
seio de uma família de artesãos de instrumentos, é
iniciado desde muito jovem na música. Depois, percorrendo a ilha,
enriquece os seus conhecimentos musicais e adapta um repertório
ilimitado: o clássico e o cerimonial, o tradicional e o moderno.
Rapidamente, Justin desenvolve o seu próprio estilo e domina todas
as técnicas do Valiha. A sua virtuosidade tanto se exprime através
da sua voz penetrante, calorosa e vibrante, como através dos seus
talentos de composição e arranjos refinados.
Em palco, a sua pequena
figura concentra-se semi-cerrando os olhos. Todo o seu ser se funde com
o instrumento do qual tira mil sonoridades com uma destreza fascinante.
Acompanhado à guitarra malgascarense por Doudou Tovoarimino, à
Kabossy (bandolim malgascarense) por Clément Randrianantoandro e
nas percussões por Gustavo Ovalles, o grupo instala uma atmosfera
cálida e explosiva que não deixa ninguém indiferente
e onde cada um reencontra as suas raízes.
Justin Vali quer fazer descobrir
a originalidade e a riqueza da música malgascarense através
das suas próprias composições. Trata-se de uma formação
acústica onde se misturam talento e forma numa movimentação
infernal!
Justin Vali já editou
três álbuns. O seu último disco com o quarteto, "My
Marina", foi editado por REALWORLD em Fevereiro de 1993. Participou na
gravação de diversos álbuns, particularmente no de
Kate Bush, "Red Shoes", e deu numerosos concertos em todo o mundo, como
por exemplo nos festivais WOMAD e WOODSTOCK 94.
VAHILA
Instrumento nacional malgascarense
que se encontra em toda a ilha. Harpa tubular em bambu cujas cordas são
extraídas da própria fibra; este instrumento com as unhas.
encontra as suas raízes no sudoeste da Ásia. O Vahila era
sobretudo utilizado nas cortes reais dos Altos Planaltos. Toca-se com os
dedos ou dedilhando as cordas.
14
de Novembro
Teatro Académico de Gil Vicente,
21h45m
Hermeto
Pascoal (Brasil)
Nascido a 22 de Junho de
1936, Hermeto Pascoal, Alagoano de Lagoa da Canoa, (então município
de Arapiraca), ainda criança descobria o seu dom musical ouvindo
os sons da natureza que o cercava. Fazia pequenas flautas de talo de mamona
e gostava de ir a casa de seu avô, que era ferreiro, só para
escutar o som do martelo batendo nos ferros, que para ele já era
pura música. Começara a formar-se então, um dos maiores
talentos musicais de todos os tempos.
Aos oito anos de idade,
recebeu do pai o seu primeiro instrumento, um harmónio de oito baixos,
com o qual tocava em bailes e festas na sua cidade e arredores. Aos catorze
anos, foi para Recife em busca de novos horizontes. Lá trabalhou
como acordeonista nas rádios Tamandare e Jornal do Comercio. Passou
também por Caruaru e João Pessoa.
Em 1959, mudou-se para o
Rio de Janeiro, trabalhando na Rádio Maua e no Regional do Pernanbuco
do Pandeiro como acordeonista. Tocou também no conjunto do violinista
Fafa Lemos e com o maestro Copinha. Do Rio de Janeiro foi para S. Paulo,
onde morou durante vinte anos. Tocou em diversas boates como pianista e
nesta mesma época começou também a tocar flauta. Tocou
nos grupos "Sambrasa Trio", "Som Quatro" e também no lendário
"quarteto Novo", um marco na música mundial.
No início dos anos
Setenta, já conhecido como compositor e multinstrumentista, vai
para os EUA, gravar o seu primeiro trabalho a solo, com a participação
de uma orquestra composta por vários nomes famosos no cenário
musical internacional.
Em 1972, formou no Brasil
o seu próprio grupo que como uma escola, formaria grandes músicos
de renome tanto no Brasil como no exterior.
Gravou o seu primeiro trabalho
no Brasil intitulado "A Música Livre de Hermeto Pascoal".
Em 1976, volta aos EUA,
e grava "Slaves Mass", com músicos brasileiros e americanos.
De volta ao Brasil, retoma
o trabalho com o seu grupo e grava, em 1978, o disco"Zabumbe-bum-a".
Em 1979, abre definitivamente
as portas para o exterior ao participar no Festival de Jazz em Montreaux,
Suiça, fazendo uma apresentação antológica,
transformada em disco. Desde então Hermeto, juntamente com o seu
grupo, faz digressões regulares ao exterior, passando pelos quatro
cantos do mundo. Mostrando a sua versatilidade como músico e universalizando
a linguagem musical sem rótulos e preconceitos, Hermeto começa
a escrever peças para Orquestras Sinfónicas. Escreveu "Berlim
e Sua Gente", na mesma cidade, durante o festival "Horizonte", em 1982.
A peça foi tocada pela Orquestra da Rádio Riass no Filarmonic
Hall. Escreveu também a "Sinfonia em Quadrinhos", dedicada à
Orquestra Sinfónica Jovem de S. Paulo, que a tocou.
A "Suite Pixitotinha" foi
levada à Dinamarca e tocada pela Orquestra da Rádio de Kopenhagen.
Hermeto participou em todos
os concertos como solista e multinstrumentista.
Em 1994, fez parte de um
projecto que reuniu no mesmo palco o seu grupo e uma Big Band formada com
a nata do Jazz britânico, reunindo ao todo vinte e três músicos
no palco. Esse projecto correu várias cidades Inglesas e do País
de Gales, recebendo, onde foi apresentado, os maiores elogios da crítica
e do público. O jornal inglês "The Guardian" considerou a
performace apresentada no Queen Elizabeth Hall, em Londres, como o maior
concerto da década.
Esse Alagoano, cidadão
do mundo, brasileiro, universal, continua firme na sua trajectória,
compondo e tocando por esse Brasil e Mundo fora com o seu Grupo, Orquestras,
ou solo, encantando todas as plateias por onde passa, com a sua música
livre, inovadora, revolucionária, moderna e cada vez mais Universal,
como ele sempre fez questão de frisar.
|