Eclipses - Eclipses Lunares

 

 

    O cálculo de Eclipses Lunares segue um princípio análogo ao do cálculo de Eclipses Solares, sendo porém muito mais simples. Este cálculo pode ser simplificado dado que o tempo e as circunstâncias locais são as mesmas em todos os lugares da Terra onde a Lua é visível.

 

    Existem três tipos de Eclipses Lunares distintos:

 

Eclipse Lunar Penumbral;

Eclipse Lunar Parcial;

Eclipse Lunar Total.

 

    Esquematicamente tem-se (desloque o ponteiro do rato sobre o texto e click no desejado):

 

 

    Seja:    P: Paralaxe Equatorial Horizontal do Sol;

               P1: Paralaxe Equatorial Horizontal da Lua;

               S: Semi-diâmetro angular do Sol;

               S1: Semi-diâmetro angular da Lua;

               r: Distância Geocêntrica do Sol;

               r1: Distância Geocêntrica da Lua;

 

 

 

    Considere-se o seguinte esquema:

 

Fig. 01: Tangentes comuns ao Sol e à Terra

 

    Nesta figura AXV e A'X'V representam duas rectas tangentes mutuamente ao Sol e à Lua, onde V é o vértice do cone umbral e v=(XVT) é o semi-ângulo deste cone. O arco de círculo NLN' a tracejado deve ser considerado como porção da órbita da Lua, assim como f=NTL representa o raio angular geocêntrico do cone umbral.

 

    O ângulo (XNT) da figura pode ser considerado como sendo a paralaxe equatorial horizontal da Lua, ou seja P1. No entanto, o ângulo (XNT) é exterior ao triângulo [TNV], donde se conclui que f=P1-v. Utilizando um raciocínio análogo para o triângulo [TAV] conclui-se facilmente que v=S-P. Combinando as duas expressões e eliminando v, tem-se f=P+P1-S. Considerando agora uma tangente interna e o vértice do cone penumbral pode-se determinar o raio angular do cone através de f'=P+P1+S.

 

    Um factor a ter em conta é o efeito da atmosfera terrestre que provoca um aumento de cerca de dois por cento. Sendo assim as fórmulas anteriores devem ser reescritas da seguinte maneira:

 

f=1.02(P+P1-S)

f'=1.02(P+P1+S)

 

    Considere-se agora a seguinte representação de uma esfera celeste geocêntrica:

 

Fig. 02: Esfera Celeste Geocêntrica

 

    Seja:     K - Pólo da Eclíptica;

                    N - Nodo da órbita da Lua;

                    C - Centro da Lua;

                    S' - Ponto anti-solar;

                    h - Distância entre os pontos C e S' na Esfera Celeste;

                    Zona sombreada - Cone umbral à distância da Lua.

 

    Finalmente, através das fórmulas anteriores, é possível estabelecer as condições necessárias para a ocorrência dos vários tipos de Eclipses:

 

Eclipse Lunar Penumbral: h < 1.02(P+P1+S)+S1
Eclipse Lunar Parcial: h < 1.02(P+P1-S)+S1
Eclipse Lunar Total: h < 1.02(P+P1-S)-S1