Lua - Fases da Lua

 

 

    • Fracção Iluminada da Lua

 

    A fracção iluminada da Lua, k, depende do ângulo fásico i, assim vem:

 

k = (1 + cosi)/2

 

    Este valor representa não só a razão entre a área iluminada e a área total, assim como a razão entre o comprimento iluminado do diâmetro perpendicular à linha dos Pólos e o diâmetro completo.

 

Fig. 01: Limbo Iluminado da Lua

NCS: Limbo Iluminado;

N: Pólo Norte;

S: Pólo Sul;

C: Ponto Médio do Limbo Iluminado

NOS: Linha dos Pólos

NBS: Delimitador do Limbo.

 

    O ângulo fásico i da Lua, segundo um observador geocêntrico, pode ser determinado através do cálculo da elongação y da Lua em relação ao Sol:

 

cosy = sind0sind + cosd0cosdcos(a0-a)

cosy = cosb cos(l-l0)

 

    onde:    a0, d0, l0: ascensão recta geocêntrica, a declinação e a longitude do Sol;

                a, d, l: ascensão recta geocêntrica, a declinação e a longitude da Lua;

                b: latitude geocêntrica da Lua

 

    Assim:

 

tani = Rsiny/(D-Rcosy)

 

    onde R é a distância da Terra ao Sol e D a distância da Terra à Lua, ambas na mesma unidade.

 

    Os ângulos y e i estão sempre compreendidos entre 0 e 180 graus. Assim, uma vez determinado i, a fracção iluminada k pode ser facilmente obtida pelas fórmulas anteriores.

 

    É no entanto evidente que para o cálculo de k não é necessário a determinação rigorosa das posições geocêntricas da Lua e do Sol. No caso de não ser necessária muita precisão, é suficiente considerar-se cosi = -cosy, visto que o erro final nunca irá exceder 0.0014. Com uma precisão ainda menor, mas obtendo ainda um bom resultado, pode-se desprezar a latitude da Lua.

    Obtém-se assim um valor aproximado de i através de:

 

i=1800-D-60.289sinM'+20.100sinM-10.274sin(2D-M')

-00.658sin2D-00.214sin2M'-00.110sinD

 

    Neste caso, as posições geocêntricas do Sol e da Lua não serão necessárias.

 

 

    • Ângulo Posição do limbo mais brilhante da Lua:

 

    Este ângulo é o ângulo posição c do ponto médio do limbo iluminado da Lua (ponto C da imagem anterior). Pode ser obtido por (a expressão que se segue é ainda válida para Planetas):

 

tanc = cosd0sin(a0 - a)/(sind0cosd - cosd0sindcos(a0 -a))

 

    mantendo a nomenclatura adoptada anteriormente.

 

    O ângulo c durante o primeiro quarto pertence à vizinhança de 270o, enquanto que após à lua cheia aproxima-se dos 900.

    Considerando c como o ângulo posição do ponto médio do limbo brilhante, então o ângulo posição dos pólos será (c-900) e (c+900).

    A grande vantagem que se obtém é conseguir definir sem qualquer ambiguidade o limbo iluminado da Lua.

 

 

    • Lua Nova, Quarto Crescente, Lua Cheia e Quarto Minguante:

 

    Por definição, as datas de Lua Nova, Quarto Crescente, Lua Cheia e Quarto Minguante são as datas em que o excesso da longitude aparente geocêntrica da Lua relativamente à longitude aparente geocêntrica dos Sol é respectivamente 0°, 90°, 180° e 270°.

    Nesta secção vai-se descrever o procedimento que se deve seguir para calcular as datas de Lua Nova, sendo que para as restantes fases este torna-se análogo.

 

 

    Para ocorrer Lua Nova as longitudes eclípticas do Sol e da Lua têm que coincidir. O cálculo acima referido exige a determinação da diferença entre as longitudes médias (D) e a diferença entre as perturbações periódicas, sendo a diferença das longitudes eclípticas a soma destes dois valores.

 

lL - lS = D + (DlL - DlS)

 

    O valor para D ficará portanto:

 

D = D0 + D1T

= 297º.85027 + 445267º.11135T

 

    onde:    T=(DJ-2451545)/36525;

                D1: Modificação em D num século Juliano.

 

    Um resultado que simplifica o cálculo das Luas Novas ao longo do ano é que o intervalo médio entre duas Luas Novas consecutivas é aproximadamente 29.53 dias.

 

    As perturbações periódicas tanto da órbita solar como da órbita da Lua são mínimas num pequeno intervalo de tempo Dt, o que significa que nesse intervalo (DlL - DlS) essencialmente varia D1´Dt/36525. Uma aproximação inicial t0, para o tempo da Lua Nova pode então ser melhorada da seguinte forma:

 

t1 = t0 - [D(t0)+(DlL(t0) - DlS(t0))]/D1 ´ 36525

 

    Se se repetir sucessivamente este processo, é possível determinar com bastante exactidão o tempo das Luas Novas. Para optimizar o cálculo pode-se ainda determinar (lL - lS) em função das longitudes e anomalias do Sol e da Lua. Como boas aproximações podem-se utilizar os seguintes resultados:

 

lL = 22640''sin(l) - 4586''sin(l-2D) + 2370''sin(2D) +

+ 769''sin(2l) - 668''sin(l') - 412''sin(2F) - 212sin(2l-2D) -

- 206''sin(l+l'-2D) + 192''sin(l+2D) - 165''sin(l'-2D) +

+ 148''sin(l-l') - 125''sin(D) - 110''sin(l+l') - 55''sin(2F-2D)

 

lS = 6893''sin(l') + 72''sin(2l')

 

    sendo:    l = 134º.96292 + 477198º.86753T + 33''25T2 (Anomalia Média da Lua);

                 l' = 357º.52543 + 35999º.04944T - 0''.58T2 (Anomalia Média do Sol);

                 F = 93º.27283 + 483202º.01873T - 11''.56T2 (Dist. Média à Lua desde o nodo ascendente).

 

 

    É possível, recorrendo também aos mesmos parâmetros determinar a Latitude Eclíptica da Lua, podendo portanto,  definir-se da seguinte forma:

 

bL » 18520''sin(F+Dl) - 526''sin(F-2D)