Departamento de Matemática

Universidade de Coimbra

Estágio Pedagógico do Ramo Educacional

2004/2005

 

 

 

Perfis de desempenho dos Estagiários

 

 

 

Introdução

 

O Regulamento dos Estágios Pedagógicos diz que "a avaliação deve encarar-se como um processo contínuo de reflexão, análise e discussão da actividade individual e de grupo, no sentido de superar erros cometidos, vencer dificuldades e ajustar o ritmo de trabalho" e que"a avaliação terá em conta a conjugação de diversos parâmetros cujas expressões parcelares conduzirão a uma única apreciação global."

A avaliação é assim incontornavelmente complexa, pelo que este documento pretende proceder a uma uniformização mínima da avaliação dos estagiários que proporcione aos orientadores e estagiários tanto uma linha orientadora do seu trabalho como alguma flexibilidade que não iniba as iniciativas necessárias numa tarefa tão complexa.

                 

Este documento divide-se em duas partes:

 

1.   Perfis de desempenho a observar pelo orientador científico.

2.   Perfis de desempenho a observar pelo orientador pedagógico.

 

 

 

 

1. Orientador Científico

 

O trabalho e observação do orientador científico incidem essencialmente sobre quatro aspectos:

a)    Sessões de exposição oral

b)    Textos das sessões de exposição

c)    Aulas assistidas

d)    Actividades de dinamização matemática da escola

 

Os perfis de desempenho incidirão assim sobre estes quatro aspectos:

 

Sessões de exposição oral:

Insuficiente

Revela confusão com os conceitos científicos envolvidos

12

Revela hesitações com os conceitos científicos envolvidos

14

Exposição escorreita mas sem capacidade de sair do previamente preparado

16

Exposição clara com capacidade de sair do previamente preparado

18

Exposição muito clara e com capacidade de discussão segura e correcta sobre temas relacionados

Outros critérios para atribuir pontuações intermédias: capacidade de corrigir erros e insuficiências nos planos apresentados, à vontade na pesquisa bibliográfica.

 

Textos para as sessões de exposição:

Insuficiente

Textos de difícil leitura e compreensão e com incorrecções

12

Textos com algumas incorrecções e pouco claros

14

Textos correctos mas com pouca clareza

16

Textos totalmente correctos

18

Textos muito claros e bem escritos

Estes textos poderão também incluir as versões de trabalho, de acordo com as indicações dos orientadores.

Outros critérios para atribuir pontuações intermédias: capacidade de corrigir erros e insuficiências em anteriores versões, à vontade na pesquisa bibliográfica.

 

Aulas assistidas:

Insuficiente

Aulas com abundantes erros e pouca clareza

12

Aulas com alguns deslizes científicos e pouca clareza

14

Aulas com raros deslizes científicos e alguma clareza

16

Aulas sem deslizes científicos e claras

18

Aulas claras, rigorosas e imaginativas

Outros critérios para atribuir pontuações intermédias: capacidade de responder a questões dos alunos, planos bem elaborados, exemplos bem escolhidos.

 

Actividades de dinamização matemática da escola:

Insuficiente

Poucas ou nenhumas actividades

12

Actividades com pouco impacto e com insuficiências científicas

14

Actividades com pouco impacto ou com insuficiências científicas

16

Actividades interessantes e sem insuficiências científicas

18

Actividades interessantes, motivadoras, correctas e imaginativas

Outros critérios para atribuir pontuações intermédias: capacidade de lidar com questões tradicionalmente difíceis, materiais bem elaborados, exemplos com impacto.

 

Nota final do orientador científico:

A nota final do orientador científico é calculada como a média pesada dos aspectos atrás considerados, arredondada às unidades, em que os pesos são os seguintes:

a)    Sessões de exposição oral                      - 2

b)    Textos das sessões de exposição              - 2

c)    Aulas assistidas                                   - 1

d)    Actividades de dinamização da escola     - 1

 

 

 

2.    Orientador Pedagógico

 

O trabalho e observação do orientador pedagógico incidem essencialmente sobre nove aspectos:

a)    Conhecimento do conteúdo

b)    Conhecimento do currículo

c)    Conhecimento dos alunos

d)    Preparação das aulas

e)    Organização e condução das aulas

f)     Avaliação das aulas

g)    Avaliação das aprendizagens dos alunos

h)    Participação na vida da escola

i)     Desenvolvimento profissional

 

Os perfis de desempenho incidirão assim sobre estes nove aspectos:

 

Conhecimento do conteúdo:

Insuficiente

Conhecimento deficiente dos conceitos básicos e procedimentos específicos da Matemática, revelando falta de capacidade para responder a dúvidas ou questões dos alunos.

12

Conhecimento nem sempre seguro dos conceitos e técnicas matemáticas constantes dos programas dos anos de escolaridade leccionados.

14

Conhecimento seguro dos conceitos e técnicas matemáticas constantes dos programas dos anos de escolaridade leccionados.

16

Além do anterior, capacidade de relacionamento de conceitos de diferentes áreas.

18

Além do anterior, conhecimento da sua história.

Outros critérios para atribuir pontuações intermédias: capacidade de respondera questões dos alunos com segurança, capacidade de pesquisar temas menos comuns.

 

 

Conhecimento do currículo:

Insuficiente

O livro de texto é usado como base exclusiva para o ensino

12

Conhecimento das orientações programáticas principais dos programas dos anos de escolaridade leccionados, no que diz respeito a finalidades, objectivos gerais e específicos, metodologias, materiais, conhecimentos matemáticos e avaliação.

14

Além do anterior, compreensão e capacidade de articulação dos diversos componentes dos programas

16

Além do anterior, capacidade de identificação dos conhecimentos matemáticos, capacidades e atitudes centrais dos programas.

18

Além do anterior, conhecimento de situações extracurriculares e de outras disciplinas que se relacionem directamente com os temas do programa de Matemática.

Outros critérios para atribuir pontuações intermédias: capacidade de responder a questões dos alunos com segurança, capacidade de pesquisar temas menos comuns.

 

 

Conhecimento dos alunos:

Insuficiente

Reduzida consideração dos alunos no processo de ensino/aprendizagem, actuando independentemente da turma

12

Conhecimento do percurso escolar dos alunos, em especial, a Matemática; conhecimento das principais lacunas dos alunos relativas ao conhecimento matemático e alguma preocupação em as fazer superar

14

Além do anterior, compreensão das razões para a utilização de diversas estratégias de ensino de acordo com os objectivos e tendo em conta as idades, as capacidades e as necessidades dos alunos.

16

Além do anterior, preocupação em adaptar o ensino aos diferentes alunos, prevendo distintos processos de aprendizagem e disponibilidade para acompanhar e auxiliar os alunos em situação extra-aula.

18

Além do anterior, sensibilidade e disponibilidade para acompanhar e auxiliar sistematicamente os alunos em situação extra-aula.

Outros critérios para atribuir pontuações intermédias: capacidade de responder a questões dos alunos com convicção e persuasão, capacidade de envolvimento numa sala de estudo e actividades afins.

 

 

Preparação das aulas:

Insuficiente

Ausência de preparação das aulas e/ou preparação não cuidada ou inconsciente, não revelando preocupação com os objectivos, os resultados da aprendizagem dos alunos e as suas necessidades. Notória utilização de um método de ensino em particular, o qual nem sempre é apropriado para os objectivos e necessidades dos alunos

12

Capacidade de elaborar planos de aula coerentes tendo em conta as orientações curriculares gerais, as necessidades dos alunos, e articuladas com aulas anteriores e posteriores.

14

Além do anterior, adaptação e selecção de tarefas relevantes para a aprendizagem dos alunos, selecção, adaptação e elaboração de materiais e recursos adequados, incluindo as novas tecnologias.

16

Além do anterior, concepção, adaptação e selecção de tarefas estimulantes e relevantes para o progresso dos alunos.

18

Além do anterior, preparação cuidadosa de formas de trabalho diversificadas e consistentes com os objectivos, incluindo momentos de trabalho com toda a turma, em grupos, em díades e trabalho individual.

Outros critérios para atribuir pontuações intermédias: definição adequada dos objectivos e previsão de estratégias que permitam a sua consecução, capacidade de envolvimento numa sala de estudo e actividades afins, previsão eficiente dos diversos momentos da aula, em particular, do início e final, e da gestão do tempo, previsão de formas de avaliação do grau de consecução dos objectivos da aula, preparação de formas de trabalho diversificadas e consistentes com os objectivos, incluindo momentos de trabalho com toda a turma, em grupos, em díades  e trabalho individual.

 

 

Organização e condução das aulas:

Insuficiente

Condução de aulas desorganizadas, com reduzida antecipação de problemas e falta de consistência nas acções desenvolvidas para obter comportamento adequado da turma e condições para a aprendizagem. Incapacidade de comunicar de uma forma eficiente. Realização de aulas aborrecidas, monótonas, caracterizadas por falta de imaginação, vigor e rigor.

12

Capacidade de criar e manter um ambiente de trabalho adequado na sala de aula.

Capacidade de estabelecer e manter regras e rotinas justas e apropriadas para os alunos.

14

Além do anterior, capacidade de levar à prática as formas de trabalho previstas e utilização de recursos e materiais seleccionados, preocupação com a gestão do tempo.

16

Além do anterior, Capacidade de levar à prática as formas de trabalho diversificadas, incluindo momentos colectivos de trabalho com toda a turma, em grupos, em díades e trabalho individual.

Capacidade de utilização eficaz de materiais e recursos previstos, em particular, as novas tecnologias.

18

Além do anterior, capacidade de fazer inflexões relativamente ao plano previsto sempre que o desenvolvimento da aula o justifique.

Outros critérios para atribuir pontuações intermédias: capacidade de organizar a sala de aula de forma adequada, estabelecendo as condições físicas adequadas para o trabalho a desenvolver.

 

 

Avaliação das aulas:

Insuficiente

Avaliação não focalizada nos aspectos essenciais e não revelando reflexão sobre a prática nem vontade de incorporar sugestões de outros colegas e orientador

12

Capacidade para descrever as aulas em termos de tarefas propostas, da estratégia usada, do ambiente de aprendizagem, do papel dos alunos e do professor

14

Além do anterior, capacidade de análise crítica do grau de consecução dos objectivos pretendidos com identificação dos factores de (in)sucesso das aulas

16

Além do anterior, capacidade de análise crítica do grau de consecução dos objectivos pretendidos em função da avaliação da aprendizagem dos alunos e do desenvolvimento das suas capacidades e atitudes.

18

Além do anterior, identificação adequada dos factores de (in)sucesso das aulas e sugestão e discussão de alternativas pertinentes para a sua melhoria

Outros critérios para atribuir pontuações intermédias: identificação de factores de (in)sucesso das aulas e sugestão de alternativas para a sua melhoria, compreensão da necessidade de reflexão sobre a prática lectiva e disposição para aceitar sugestões de colegas e orientador.

 

 

Avaliação das aprendizagens dos alunos:

Insuficiente

Reduzida preocupação com a avaliação eficiente do progresso dos alunos. Registo das aprendizagens/ou ‘feedback’aos alunos inconsciente

12

Compreensão da necessidade de avaliação do desenvolvimento dos alunos relativamente a conhecimentos, capacidades e atitudes no que respeita à Matemática

14

Além do anterior, compreensão da necessidade de utilização de várias estratégias de avaliação e capacidade de as usar de modo consistente, contemplando conhecimentos, capacidades e atitudes no que respeita à Matemática.

16

Além do anterior, preocupação em envolver os alunos na avaliação do seu desenvolvimento relativo ao comportamento na sala de aula e ao conhecimento, às capacidades e às atitudes em relação à Matemática.

18

Além do anterior, capacidade de comunicar aos alunos de forma conveniente os resultados da avaliação, proporcionando ‘feedback’ válido para a aprendizagem futura

Outros critérios para atribuir pontuações intermédias: definição prévia de critérios de avaliação, sua apresentação aos alunos e respeito pelos compromissos assumidos, elaboração e utilização de instrumentos de avaliação adequados que permitam o registo do progresso de cada aluno, incluindo a auto-avaliação, capacidade de envolver os alunos na avaliação do seu desenvolvimento relativo ao comportamento na sala de aula e ao conhecimento, às capacidades e às atitudes em relação à Matemática.

 

 

Participação na vida da escola:

Insuficiente

Isolamento relativamente à vida da escola, com ausência de participação nas actividades onde poderia colaborar. Desconhecimento ou alheamento das regras de funcionamento da escola

12

Compreensão da escola como instituição e do lugar e função que esta tem na comunidade

14

Além do anterior, compreensão do papel das actividades extra-lectivas na dinamização da vida da escola e no envolvimento dos alunos na aprendizagem.

16

Além do anterior, disposição e capacidade de colaborar na preparação e realização de actividades extra-lectivas pertinentes que favoreçam o desenvolvimento nos alunos de capacidades e atitudes positivas em relação à  escola e, em especial, à Matemática.

18

Além do anterior, disposição e capacidade de propor e colaborar na preparação e realização de actividades extra-lectivas que contribuam para a formação dos colegas da escola

Outros critérios para atribuir pontuações intermédias: grau de envolvimento, imaginação e capacidade de trabalho com os colegas e outras entidades da escola ou fora da escola.

 

 

Desenvolvimento profissional:

Insuficiente

Falta de relações de trabalho com os profissionais mais próximos, em particular, com o núcleo de estágio e com os colegas de grupo de Matemática da escola. Indisponibilidade para procurar e aceitar ajuda. Falta de empenhamento

12

Consciência das suas próprias responsabilidades como professor, assumindo-se como um profissional autónomo e  empenhado

14

Além do anterior, preocupação em conhecer e estabelecer contacto com recursos humanos e materiais importantes para a profissão de professor.

16

Além do anterior, preocupação e capacidade em reflectir sobre a prática profissional, identificando problemas e definindo estratégias para a sua superação.

18

Além do anterior, disposição e capacidade para reflectir sobre a prática profissional, para definir problemas e questões a investigar e desenvolver projectos individuais ou colectivos de intervenção sobre esses problemas

Outros critérios para atribuir pontuações intermédias: Disposição e capacidade para trabalhar em grupo, para discutir com outros professores sobre questões profissionais, para procurar e aceitar ajuda, para cooperar, conhecimento das ideias fundamentais relativas à realização de um projecto educativo.

 

 

 

 

 

Nota final do orientador pedagógico:

A nota final do orientador pedagógico é calculada como a média pesada dos aspectos atrás considerados, arredondada às unidades, em que os pesos são os seguintes:

a)    Conhecimento do conteúdo                                            - 2

b)    Conhecimento do currículo                               - 2

c)    Conhecimento dos alunos                                                     - 1

d)    Preparação das aulas                                               - 2

e)    Organização e condução das aulas              - 3

f)     Avaliação das aulas                                                  - 1

g)    Avaliação das aprendizagens dos alunos  - 1

h)    Participação na vida da escola                        - 2

i)     Desenvolvimento profissional                         - 1