Contra a extensão dos programas- uma nova distribuição

A aplicação experimental e os primeiros anos da generalização dos actuais programas do ensino secundário comprovam que, desde o início, estes não foram configurados para a carga horária semanal actual. As reclamações dos professores no sentido de ampliar a carga horária semanal vêm baseadas no facto da aplicação experimental ter sido feita utilizando 5 ou mais horas semanais, sem que mesmo então, a totalidade dos itens do programa tivesse sido abordada. Os próprios autores alertaram para as condições de aplicação e reclamaram sobre as diferenças entre o total teórico e o total real das horas destinadas à leccionação.

Na prática em muitas escolas, os professores de Matemática têm leccionado cargas horárias superiores às previstas na lei, sem que o cumprimento dos programas tenha sido conseguido. Com programas extensos em relação à carga horária disponível tem havido mais a preocupação de dar o programa do que dar tempo aos alunos de realmente aprender. É bem verdade que, por exemplo no 12º ano, mal tem havido tempo para falar em todas as questões de todos os capítulos (também nos antigos programas a esmagadora maioria dos professores não chegava ao capítulo de cónicas, enquanto nos novos programas cerca de metade do programa fica por dar), quanto mais para dar tempo aos alunos de construir os conceitos a partir da experiência de cada um ou de desenvolver o espírito de pesquisa!... Por isso uma das principais preocupações desta ET foi de propor um programa exequível na carga horária definida por lei. Por outro lado, muitas pessoas sugeriram que não se mantivesse a actual dispersão de capítulos pois, fazendo-se uma abordagem relativamente superficial em vários capítulos, os alunos quando chegavam ao seguinte já haviam esquecido tudo. Assim a ET optou por propor 3 grandes temas para cada um dos anos, cada um a ser abordado em cada período escolar. Nesta programação deve obviamente levar-se em conta que, por lei, há períodos reservados para a Área-Escola e que os professores podem dispor de 6 dias por ano para participação em encontros de formação. Ambas estas componentes são importantes na vida da Escola pelo que a programação feita tem em conta esta realidade.

Assim propõe-se a seguinte distribuição de tópicos:

10º ano


Tema I Geometria no Plano 36 aulas

Tema II Funções e Gráficos I 36 aulas

Tema III Estatística 20 aulas


11º ano


Tema I Geometria no espaço 36 aulas

Tema II Funções e Gráficos II 36 aulas

Tema III Sucessões 20 aulas


12º ano


Tema I Matemática Finita 36 aulas

Tema II Cálc. Diferencial 36 aulas

Tema III Números complexos 20 aulas


Parece à ET ser um programa exequível nas 4 horas definidas legalmente. A ideia da distribuição por temas pressupõe que só em casos muito excepcionais o tema relativo a um período extravase esse período. O professor deve fazer a sua planificação de modo a que em cada período seja apenas abordado o tema desse período de modo a que esse tema seja efectivamente cumprido. Quaisquer atrasos devidos a circunstâncias excepcionais devem ser compensados com as horas de Apoio Pedagógico acrescido apenas se se entender que os alunos irão ser prejudicados na sua aprendizagem com a omissão da parte não leccionada. A profundidade do tratamento de muitos temas é variável e o professor pode adaptá-la ao interesse e capacidade dos alunos. Além do mais alguns tópicos são de tratamento facultativo.
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