Centro de Estudos de Matemáticas Aplicadas à Economia

A criação do Centro de Estudos de Matemáticas Aplicadas à Economia, em 1938, resultou de uma proposta apresentada pelos professores Bento de Jesus Caraça, Aureliano de Mira Fernandes e Caetano Maria Beirão da Veiga, ao Conselho Escolar do Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras.

Nesse mesmo ano, Zaluar Nunes iniciou nesse Centro um curso de Cálculo das Probabilidades e Estatística Matemática que se prolongou por 1939.

Em 1939-1940, realizou-se no Centro um conjunto de Colóquios sobre Seguros, com a colaboração dos actuários Drs. Rinaldo Feliz Campião, Noronha, Castanheira Nunes e outros. Esta actividade foi dirigida pelo Dr. Rinaldo Campião.

Em 1941-1942, iniciou-se um curso livre de Introdução à Economia Matemática Clássica, a cargo do Assistente Augusto de Macedo Sá da Costa.

Em ligação com este tema, tem interesse um pequeno artigo de A. Sá da Costa e J. Remy Freire, publicado na Gaz. Mat. n(o) 11 (1942), p. 14, intitulado Economia Matemática Clássica.

Depois de se referirem ao aparecimento de numerosas teorias e escolas económicas, resultantes da necessidade de uma revisão das doutrinas económicas em consequência das prolongadas convulsões sociais ocorridas na primeira metade do século XIX, os autores referem-se à escola matemática, cuja constituição se pode localizar na segunda metade do século XIX e referem-se também, naturalmente, às esperanças que muitos depositaram nessa escola, sem atenderem às condições em que a respectiva teoria foi formulada.

E mais adiante, esclarecem:

"d) Não poderá falar-se de inaptidão do instrumento matemático, porque não foram esgotadas as suas possibilidades. A causa do insucesso da economia matemática clássica talvez se encontre na forma como foram estabelecidos os contactos entre o instrumento e o objecto, já o afirmou alguém.

e) A estacionaridade de uma teoria que não logrou da realidade confirmação, não reteve a atenção de grande número de estudiosos e nem sequer alcançou, como Teoria, progressos notáveis desde a sua constituição, não legitimará uma mudança radical de orientação? E não deverá ser determinada essa mudança pela exploração das possibilidades do instrumento e simultâneo estudo do objecto a afeiçoar?

É para esse objectivo que convergem as atenções do Centro e desta atitude resultará o programa de trabalhos do ano próximo."

(Gaz. Mat., n(o) 10 (1942), pp. 28-29 e n(o) 11 (1942), p. 14).

Revista de Economia, vol. 1, fasc. 1 (1948), p. 38).


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