A DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA DA MATEMÁTICA

 

 

Nuno Crato

Centro de Matemática Aplicada à Previsão e Decisão Económica, ISEG, UTL

Departamento de Matemática do Instituto Superior de Economia e Gestão, UTL

 

 

DEZ RECEITAS (RECEITAS?! SIM: RECEITAS!) PARA O SUCESSO NA DIVULGAÇÃO DA MATEMÁTICA1

 

O título desta comunicação é propositadamente provocatório. Nada repugna mais a um matemático do que receitas. No nosso espírito, receitas aparecem por oposição a conceitos, e não há criatividade nem educação matemática que possa centrar-se em regras mecânicas. A escolha, no entanto, é consciente. Pretende tornar claro, desde o início, que se vai entrar no mundo da comunicação social, do entretenimento e da atracção do leitor. E esse mundo rege-se por regras muito diferentes daquelas a que, por treino e vocação, estamos habituados. No mundo da comunicação social, não há alunos compelidos a assistir a aulas nem há leitores forçados a compreender-nos. Não há também revistas que procurem resultados especializados, que sejam novos e rigorosos, sem atentar na dificuldade da sua leitura.

 

A primeira receita que pretendo transmitir é essa mesma: o cozinheiro cozinha para o cliente e não pode guiar-se exclusivamente pelos seus gostos pessoais. Da mesma forma, o divulgador tem de funcionar como jornalista, tem de saber captar o interesse do seu público. Mas há mais: para que o nosso produto seja aceite nos órgãos de comunicação social, é necessário mostrar aos nossos intermediários que iremos ser escutados. Num restaurante, o candidato a cozinheiro tem de convencer o patrão de que os clientes irão ficar satisfeitos. Num jornal, na rádio ou na televisão, temos de convencer os editores de que lhes iremos ser úteis. No plano imediato, isso pode ser ainda mais importante do que cativar o público. A receita aplica-se tanto a quem quer colaborar directamente com um jornal ou com um programa de rádio, ou seja, a quem quer ser jornalista científico, como a quem não esteja interessado nessa actividade, mas pretenda que a sua conferência, a sua actividade ou o seu livro seja divulgado.

Como corro o risco de parecer estar a repetir verdades muito conhecidas, valerá a pena ir citando exemplos. Ainda há poucos meses, um colega que muito aprecio pelas suas qualidades humanas e científicas pediu-me para escrever e publicar um artigo sobre um encontro académico que está a organizar. Respondi-lhe que sim, claro, mas que me explicasse em termos leigos o tema do encontro e que me desse algumas ideias sobre a forma de interessar o público pelo assunto. Passada uma semana, esse colega enviou-me o Call for Papers do encontro. Expliquei-lhe que isso era insuficiente. Passadas mais duas semanas, escreveu-me a confessar que não tinha quaisquer ideias e que apelava aos meus dotes jornalísticos.

Ao mesmo tempo que se baixam desta forma os braços, reina entre nós um justificado sentimento de insatisfação com a pobreza do noticiário científico. Esquecemo-nos que, por definição, os jornalistas, mesmo os académicos, são generalistas; têm de escrever sobre o que não conhecem e, para investigar as matérias sobre que escrevem, precisam de fontes de informação.

 

Daqui deriva a segunda receita: o cozinheiro tem de trabalhar com muitos ingredientes preparados. Neste aspecto, julgo que vale a pena que todos nós nos inspiremos no que de melhor se faz pelo mundo. Como exemplo, podem-se referir os procedimentos da NASA e de outras instituições científicas norte-americanas. Nos jornais, recebem-se diariamente comunicados de imprensa da NASA e de algumas instituições congéneres. A única diferença entre o que a NASA distribuiu aos órgãos de comunicação e aquilo que coloca na Internet à disposição do público é a sua temporização. Os comunicados chegam primeiro aos jornalistas, muitas vezes com datas de embargo que são rigorosamente respeitadas, mas são pouco mais tarde colocados na Internet para todos os apreciarem. Assim, por exemplo, olhemos para o que foi divulgado pela agência da sonda NEAR–Shoemaker, há poucas semanas colocada em órbita do asteróide Eros2. Aí aparecem notícias já prontas, com cabeçalhos sugeridos aos jornalistas, do tipo "No dia dos namorados, a Terra envia uma sonda ao encontro do deus do amor".

A agência científica está a cativar os jornalistas, como seus intermediários na divulgação ao grande público. Além de um comunicado de imprensa pronto a ser reproduzido por qualquer jornal, há histórias paralelas colocadas em vários links: num local, fornecem-se imagens da sonda e de Eros; noutro, explica-se o que são asteróides e o que se sabe sobre a sua distribuição no sistema solar, noutro ainda, apresenta-se o historial completo da viagem; mais à frente, oferecem-se contactos com cientistas e técnicos. Qualquer jornalista com um mínimo de talento pode escrever um artigo interessante, cientificamente correcto e actualizado, unicamente com a informação que essa agência lhe fornece. Valerá a pena olharmos para nós próprios, académicos e investigadores portugueses, e perguntarmos se estamos a fazer algo de parecido.

Em todo este debate vou colocar-me do ponto de vista do jornalista, muito embora isso me possa tornar antipático a uma audiência de académicos. Por circunstâncias diversas, tenho tido oportunidade para viver uma vida dupla. Por escolha profissional, sou um académico, o que quer dizer que me defronto com os problemas habituais da investigação e da publicação científica e com a necessidade de reduzir o meu trabalho a tópicos muito especializados. Mas tenho também colaborado regularmente com a imprensa, onde tento praticar uma profissão rara em Portugal, a de jornalista científico. Quando me encontro entre colegas académicos portugueses, partilho os seus desencantos com o desinteresse da imprensa nacional pela nossa actividade e pela divulgação e noticiário científicos. Mas quando me encontro entre jornalistas, tenho oportunidade para ouvir as suas lamentações sistemáticas sobre a dificuldade de comunicação com os cientistas, sobre a sua piquinhice e intransigência. A queixa mais ouvida é que os cientistas não conseguem comunicar nem com o público nem com os jornalistas. Acusam os académicos de grande intransigência com os pormenores, de deficiente sentido das proporções e de falta de compreensão pelas imprecisões necessárias ao jornalismo. Quando a imprensa se desvia um milímetro da terminologia transmitida pelos cientistas, estes caem-lhes em cima.

 

Daqui deriva a terceira receita, que será talvez a mais polémica: o cozinheiro não pode usar pipetas nem balanças de precisão, tem de medir os ingredientes "a olho". Vou citar alguns exemplos.

Quando se diz que "Sírio é a estrela mais brilhante do céu", está-se a dizer algo que todos entendem, todos… excepto alguns astrónomos. É que a magnitude das estrelas, que é o termo rigoroso, aplica-se a vários conceitos, nomeadamente o de magnitude aparente (luminosidade recebida na Terra) e magnitude intrínseca (luminosidade emitida pela estrela). Mesmo esses conceitos devem ser especificados, para se saber de que comprimentos de onda se está a tratar, se se trata da magnitude chamada bolométrica ou da chamada fotovisual, e assim por diante. Mas, se não se está a precisar os conceitos, qualquer leitor entende o que se está a dizer e uma maior precisão apenas dificulta a leitura. Se quisermos, podemos escrever que "Sírio é a estrela com maior magnitude aparente"; mas, dependendo do contexto, podemos estar a ser pedantes e a emenda pode ser pior que o soneto: o leitor médio pode julgar que se está a referir um erro de medida, exactamente o oposto do que se pretende dizer, e corre-se o risco de o editor "melhorar" a nossa frase, escrevendo "julga-se que Sírio é a estrela de maior magnitude", o que seria um disparate crasso. Há aqui um equilíbrio difícil. Em minha opinião, é muitas vezes melhor referirmo-nos ao "brilho" da estrela, que não é um termo técnico.

O leitor não suspeita da quantidade de hesitações que percorrem a escrita do jornalista científico. Nem nós queremos que ele suspeite, pois nada pior do que sermos tomados como pedantes (isso calha bem, julga algum público, a intelectuais literários, mas nunca a homens de ciência). O que pouca gente percebe é que se torna necessário ao jornalista científico conhecer o conceito de magnitude para muitas vezes o evitar, escrevendo simplesmente "brilho".

Percebe-se que, neste difícil equilíbrio, se corre muitas vezes o risco de cair no ridículo entre alguns especialistas. Quem escreve um artigo científico, por definição deve ser, de entre todos os especialistas do mundo, o que melhor conhece o aspecto que está a tratar. Mesmo assim, é costume dar a ler os artigos a colegas e eles notam quase sempre erros e imprecisões. Quem escreve está a entender as suas palavras de uma maneira determinada; muitas vezes, não suspeita das inúmeras interpretações que essas palavras podem ter e dos sentidos ambíguos das expressões que utiliza. Se isso se passa na escrita científica, que deve ser muito rigorosa, com maior razão se passa na escrita jornalística. É muito fácil cometer erros e ainda mais fácil é parecer que se está a cometer erros. Os especialistas estão sempre atentos às falhas da imprensa e quem nunca escreveu um artigo de divulgação muitas vezes não perdoa o que julga serem imprecisões ignorantes.

 

Daqui deriva a quarta receita: o cozinheiro não pode ter medo do fogo. Correm-se riscos na actividade de divulgação, mas esses riscos merecem a pena ser corridos. Não falo já da atitude sobranceira com que muitos académicos encaram toda a divulgação, pois não imagino que essa atitude possa ter eco nesta audiência.

 

Quem aceite correr riscos deve estar preparado para a quinta receita: o cozinheiro tem de saber que não é ele que apresenta o prato ao cliente. É que às nossas imprecisões e insuficiências somam-se outras: as dos editores. Por mais completo que seja o nosso trabalho, por mais cuidado que tenhamos posto nos títulos, nas imagens e nas legendas, não somos nós que vamos paginar o artigo, nem somos nós que lhe vamos dar os retoques finais. Os editores e revisores dos bons jornais lêem os artigos dos seus colaboradores, uniformizam o estilo, retocam a redacção dos textos. Os paginadores são frequentemente obrigados a encurtar ou aumentar os títulos, a condensar parágrafos e a omitir legendas. Muitas vezes, dão retoques jornalísticos que melhoram o artigo. Outras vezes, introduzem imprecisões e causam-nos problemas. Na maior parte dos casos, só tenho coisas positivas a dizer das emendas finais dos meus trabalhos.

Ocasionalmente, no entanto, sofrem-se desagravos que ultrapassam o nosso poder de encaixe e tem que se reagir, mesmo assim com cuidado para não se ser incompreendido pelos editores. Há tempos, publiquei um artigo sobre um debate entre Reuben Hersh e Martin Gardner sobre os fundamentos da matemática ("Dúvidas no País das Certezas", Expresso de 20/11/98). De passagem, referi a queda do reducionismo lógico operada pelos teoremas de Goedel e de Turing. O editor decidiu ir ainda mais longe do que o meu título, já de si bastante arrojado, e escreveu como subtítulo: "A matemática moderna está construída sobre um edifício cheio de erros e imprecisões". Imagina-se o meu choque. Expliquei-lhe que se tratava de uma tremenda gafe e que era necessário corrigi-la. Chegou-se a um acordo e compôs-se uma correcção que incluía essas palavras no meio de outras, que lhe davam um sentido aceitável. Devo dizer que a direcção do Expresso compreendeu perfeitamente o meu ponto de vista. Mas talvez não o tivesse compreendido se eu todas as semanas os chateasse com aspectos menores que me desagradem.

 

Passamos à sexta receita: a sopa serve-se quente. O jornalismo vive da actualidade. Aquilo que para nós é muito sedutor na axiomática de Euclides não costuma entusiasmar os editores nem o público. Mas pode ser extremamente interessante se for apresentado no meio de uma novidade recente. Vou dar outro exemplo pessoal, não por narcisismo mas por ter presente a minha própria experiência. Há tempos fui abordado pelo nosso colega Carlos Fiolhais que me sugeriu fazer um artigo sobre o Gabinete de Física, que é hoje um magnífico museu da Universidade de Coimbra. Ora o gabinete tinha sido apresentado na Europália e estava já em exposição há algum tempo. O critério jornalístico da actualidade não se aplicava. Discutimos o assunto e verificámos que o museu estava a completar uma primeira fase de instalação de um guia virtual na Internet. Isso era novidade e isso permitiu falar da reforma pombalina, do interesse das peças e da demonstração de algumas leis físicas. Foi assim que ajudámos à divulgação desse extraordinário espaço museológico.

 

Além do critério da actualidade, os manuais de jornalismo costumam falar do critério da proximidade, o que nos conduz à sétima receita: entre crepes vietnamitas primaveris e cozido à portuguesa, 99% dos clientes escolhem o prato que conhecem. Há um imenso campo de experiência pessoal do leitor que pode ser explorado para a divulgação científica. Pode-se, por exemplo, falar da geometria da superfície esférica a propósito das viagens de avião. Há tempos, o meu amigo António Carriço perguntou-me o motivo por que os aviões de Lisboa para Nova Iorque passam pela costa do Canadá e pela Nova Inglaterra, parecendo que se desviam da rota mais curta. Não sabia a razão, mas o nosso colega Eduardo Veloso, que além de matemático e pedagogo notável foi navegador da TAP, explicou-me que se tratava da geodésica entre os dois lugares e que a ilusão de curvatura se devia ao nosso hábito de visualizarmos o globo em mapas planos de Mercator. O problema tornou-se-me claro e escrevi um artigo sobre o assunto. Só que o artigo, que se chamava "Pedro Nunes, Mercator e Escher", falou das projecções da esfera sobre o plano, de ortodrómicas e loxodrómicas, da espiral de Pedro Nunes desenhada por Escher e das hesitações no rumo cardeal dos pioneiros das viagens ao Brasil. Teria sido difícil escrever um artigo sobre esses assuntos sem uma motivação na experiência pessoal de muitos leitores.

 

Oitava receita: o cliente não é estúpido. Fala-se muito, e é a primeira coisa que os cientistas e matemáticos interessados habitualmente referem, que é preciso colocarmo-nos ao nível do leitor comum e que é preciso interessá-lo com exemplos simples e com pormenores humanos da história. Isso é verdade, mas não é toda a verdade.

Ao falarmos de fractais, por exemplo, é quase sempre imprescindível referir Mandelbrot e contar alguns pormenores curiosos da sua investigação o tamanho da costa britânica é um bom exemplo, a diferença de comprimento da nossa fronteira, quando medida por espanhóis e por portugueses, é outro bom exemplo. Mas pode-se ir mais longe, e nada pior do que dar ao leitor a impressão de que estamos a omitir factos por pensarmos que são incompreensíveis para o seu nível cultural. Pode-se referir que os fractais repetem indefinidamente um mesmo motivo e pode-se dizer que isso é auto-similaridade. Tal como se pode falar de persistência um conceito técnico que exige uma fundamentação probabilística difícil , dizendo que se trata de uma memória grande do sistema.

Muitas vezes, o cientista ou matemático omite esses pormenores técnicos e cai na tentação de dar exemplos infantis. Não é isso que o leitor procura. Quem leia um artigo sobre fractais espera ser minimamente elucidado sobre o conceito matemático e é nosso dever fazê-lo.

 

Nona receita: o cliente tem sempre pressa. Nem o jornalista científico nem o cientista ou matemático podem esperar que a imprensa se adapte ao seu calendário. Quando queremos que a imprensa anuncie um ciclo de conferências, os oradores têm de ser conhecidos de antemão. Quando queremos divulgar uma exposição itinerante, os locais de passagem devem ser conhecidos.

Tudo isto pode parecer evidente, mas sabemos que não é o que se passa. Como académicos, somos todos ou quase todos maus organizadores. Além disso, os apoios são poucos e o sistema não nos ajuda. No entanto, do ponto de vista da divulgação tudo isso são desculpas frouxas. Os dados essenciais têm de ser conhecidos de antemão, para poderem gerar uma notícia ou artigo satisfatórios. Falava há tempos com um colega biólogo, que se queixava da falta de interesse que a imprensa manifestava pelas missões de estudo que a sua equipa planeava. Disse-lhe que me dispunha a fazer um artigo sobre o assunto, mas precisava de saber os locais aonde se dirigia a missão, os objectivos e as datas. Ele sabia os objectivos, mas nada mais. O artigo nunca saiu.

Na imprensa semanal, os artigos regulares costumam ser exigidos com dez dias de antecedência sobre a sua publicação. Ora, se se quer fazer um artigo sobre a ilustração científica, para dar um exemplo recente, é preciso tempo para pensar no tema, é preciso recolher materiais, estudar o assunto, organizar as imagens, investigar um pouco a história dessa arte e saber o que se passa no nosso país. Sem a colaboração dos directamente envolvidos, tal artigo é inatingível. Sem uma informação atempada, não há forma de relacionar o tema com actividades em Portugal que interessem ao leitor.

 

Décima receita: o prato deve estar completo, não nos podemos esquecer do sal nem da pimenta. Talvez esta regra seja a mais fácil de aceitar, mas é também aquela que mais vezes é violada. São inúmeros os comunicados de imprensa que chegam aos jornais e que não respondem aos quatro quesitos tradicionais do jornalismo: quem, o quê, quando, onde? Por muito que isso nos custe, nós estamos no topo da lista de prevaricadores. O que parece ser essencial ao abordar a imprensa, é cumprir cabalmente com estes quesitos. Mas é também importante que se forneçam elementos adicionais que facilitem o trabalho do jornalista. Entre esses elementos destacam-se: (1) uma lista de contactos para recolha de informações complementares, incluindo um ou vários telefones de especialistas dispostos a fazer declarações à imprensa; (2) documentos de suporte à notícia, incluindo artigos científicos e fotocópias de livros com aspectos gerais e históricos; (3) imagens de alta qualidade, de preferência em formato digital e que possam ser utilizadas livremente; (4) citações ou declarações de autoridades na matéria; (5) datas e referências biográficas precisas de vultos históricos; (6) dados geográficos, esquemas e mapas, quando apropriado. Finalmente, é necessário dar (7) um enquadramento geral ao tema e mostrar a sua importância jornalística. A demonstração do teorema de Fermat teve uma extraordinária projecção mediática devido às histórias curiosas que acompanharam essa saga matemática, mas também porque os jornalistas foram informados do que isso representava como extraordinário triunfo da razão humana. A divulgação de uma conferência sobre métodos de análise de sucessões cronológicas, para dar outro exemplo, pode ser facilitada se se fornecer ao jornalista alguns dados históricos sobre Wiener, Kolmogorov e outros fundadores da teoria dos processos estocásticos.

Como o disse de início, coloquei-me do ponto de vista do jornalista que se dirige aos cientistas, pedindo-lhes que facilitem a sua tarefa. Julgo que o que discuti se aplica a todos ou a quase todos nós, sempre que procuramos o apoio da imprensa. Não precisamos e, sobretudo, não devemos! ser todos divulgadores. Mas, quando pretendemos divulgar o nosso trabalho e aquilo que valorizamos na vida e na cultura, temos de fazer um esforço para conhecer as regras da imprensa e para nos adaptarmos ao mundo da comunicação. O esforço vale a pena.

 

Referências

[1] D. Blum e M. Knudson, A Field Guide for Science Writers: The Official Guide of the National Association of Science Writers, Oxford University Press, Nova Iorque, 1997.

(Talvez a melhor obra actual sobre os vários aspectos da escrita científica noticiosa e de divulgação.)

[2] Communicating Science News: A Guide for Public Information Officers, Scientists and Physicians, The National Association of Science Writers, Nova Iorque, Greenlawn, 1996.

(Um guia prático escrito para os que não escrevem, mas querem ver a sua actividade divulgada.)

[3] A. Wilson (ed.), IoP Handbook of Science Communication, Institute of Physics, Bristol, 1998.

(No estilo de [1] mas menos interessante, menos directo e menos completo.)

[4] J. Gregory e S. Miller, Science in Public: Communication, Culture, and Credibility, Plenum Trade, Nova Iorque, 1998.

(Tem algum interesse por discutir aspectos gerais da cultura e divulgação científicas nos tempos actuais.)

[5] W. Zinsser, On Writing Well, Sixth Edition, Harper Perennial, Nova Iorque, 1998.

(Talvez o melhor existente sobre o estilo de escrita jornalístico em geral.)

 

Notas de Rodapé

1 Trata-se de notas redigidas na primeira pessoa e sem outra ambição que a de reportar alguns aspectos que a experiência pessoal me fez considerar relevantes.

2 http://www.spacescience.com/headlines/y2000/ast13feb_1.htm.