Birdie Forty - Reportagem da construção

Pedro Quaresma de Almeida

June 18, 1998


A construção deste avião está a ser feita a partir de uns planos que me foram dados por um amigo, originalmente julgo que se tratava de um modelo do comércio que viria já com as peças recortadas ficando por fazer a construção.

O que foi dito acima (peças já recortadas) levantou o primeiro problema, que foi: qual é o prefil da asa?

Como primeira aproximação tentei fazer a construção das nervuras pelo método da sandwich, isto é construí as duas nervuras de topo das semi-asas em contraplacado, e tentei a partir daí construir todas as outras nervuras fazendo uma sandwich com uma nervura em contraplacado, 11 placas de balsa e a outra nervura em contraplacado. Esta método, empregue com sucesso no meu anterior avião, foi um completo fracasso, o facto de haver uma enorme diferença entre a nervura do meio da asa e a nervura do topo da asa faz com que este método não possa ser usado.

Restava-me tentar adivinhar qual o perfil usado e usar um programa de desenho de prefis, como o plotfoil, para fazer o desenho de todos os perfis intermédios. Bem aqui foi uma confusão completa, eu era (e sou) bastante ignorante quanto a todas essas questões dos perfis e não estava a acertar com o perfil correcto nem por nada. Qual era o problema; cada vez que eu pensava ter acertado com um perfil para a nervura do meio, ao fazer o desenho do perfil, com a correspondente variação na corda (comprimento), e na espessura, o ajuste com a perfil de topo era um desastre, e vice-versa. O passo seguinte foi fazer um trabalho de re-engenharia para construir um perfil igual ao da nervura do BirdyForty, com papel milimétrico tomei todas as cotas necessárias para poder reconstruir o perfil com plotfoil, surpresa das surpresas também não resultou. Será que o BirdyForty tinha um perfil variável?

Bem peguei nos canhanhos (livros) e estudei um pouco sobre a questão dos perfis e fez-se luz. O perfil do BirdyForty tem uma torção aerodinâmica para melhorar o rendimento. A torção aerodinâmica é o equivalente à torção geométrica ("wash-out"), neste último caso tenta-se melhorar o rendimento da asa por torção da mesma, no caso da torção aerodinâmica tenta-se obter o mesmo efeito por variação do "camber" do perfil, ou seja a distância entre a corda e a linha que define o meio do perfil vai diminuindo desde a nervura do meio até à nervura do topo, se a nervura do meio é biconvexa desimétrica a do topo é biconvexa quase simétrica.


Depois vou incluir aqui os ficheiros que serviram de base para o desenho das nervuras do modelo que foram depois recortadas em balsa duas a duas, .

Bem quanto ao resto é só uma lista de fotografias sem comentários.

A deriva:

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O estabilizador:

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As Cavernas:

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A asa:

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O corpo:

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A Asa e o Corpo:

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Os Comandos:
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O Modelo:

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O motor:

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Pedro Quaresma de Almeida - pedro@mat.uc.pt