Aqui poderão encontrar não só as observações da estação magnética de Coimbra (COI) como também outras observações de interesse na monitorização das condições do clima espacial.
As tempestades geomagnéticas resultam de variações no vento solar (muitas resultantes de ejeções de matéria coronal)
podem provocar grandes alterações nas correntes, plasmas e no campo da magnetoesfera terrestre.
Para além da ocorrência de auroras, as consequências destes eventos podem incluir interrupções
nos sistemas de posicionamento global e na rede elétrica.
As variações do campo geomagnético são constantemente medidas por observatórios à volta do globo,
geralmente em intervalos de um minuto a um segundo.
Magnetoesfera terrestre. (fonte: DTU)
Índices geomagnéticos globais, tais como o
disturbance storm time (Dst) e o índice K planetário fornecem informação relativa ao nível de perturbação
do campo geomagnético a uma escala global.
Estes são calculados com base nas observações de diversos observatórios espalhados à volta do globo
numa base horária ou tri-horária.
Estas observações são corrigidas de variações do campo magnético numa escala temporal diária ou superior.
As primeiras costumam ser calculadas tendo em conta os dias geomagnéticos mais calmos a nível internacional
(geralmente os 5 dias mais calmos do mês anterior).
índice Dst de -50 nt ou inferiores, ou índices Kp maiores ou iguais a 5, indicam a presença de
tempestades magnéticas.
Igualmente é possível calcular índices geomagnéticos locais, mas
neste caso as variações diurnas do campo magnético local
têm de ser removidas em primeiro lugar.
Sistemas de coordenadas do campo geomagnético (fonte: USGS)
O campo magnético é uma grandeza vetorial, i.e. tem uma direção e uma intensidade.
Num mundo tridimensional ela é descrita por três quantidades que variam de acordo com o sistema de coordenadas utilizado.
No caso das observações geomagnéticas de Coimbra
(código IAGA: COI) apresentamos a intensidade do campo magnético tangente à superfície terrestre (i.e. horizontal - H); a
componente para "baixo" do campo magnético (Z) e o angulo entre a componente horizontal do campo magnético
e o polo norte geográfico (ou declinação magnética - D).
Igualmente pode indicar-se a inclinação do campo magnético relativamente à vertical do lugar (I).
Em vez das componentes H e D podemos indicar a componente do campo magnético em direção do polo norte geográfico (X)
e a intensidade para leste (Y).
Consequentemente a intensidade total do campo magnético F corresponde a √(X2+Y2+Z) ou √(H2+Z2).
As correntes geomagnéticamente induzidas
(sigla em inglês: GIC) são correntes elétricas quase-directas induzidas em condutores elétricos por variações do
campo magnético terrestre que ocorrem durante tempestades eletricas intensas.
Estes podem interromper o fornecimento de eletriciadade (em particular ao danificarem transformadores) tal como
ocorrido no evento de 1989.
O estudo de correntes geomagneticamente
induzidas na rede elétrica do nordeste de Espanha mostra a importância de monitorizar
variações locais do campo geomagnético para avaliação do seu
impacto na rede elétrica nacional.