Para além das observações do espetroeliógrafo
do OGAUC, aqui também podemos encontrar outros dados de interesse na
monitorização das condições do clima espacial.
Fluxos de raios-x solares,
como aqueles registados pelos satélites GOES, são
usados na monitorização da atividade solar,
particularmente no que diz respeito da ocorrência de
erupções solares. Erupções
solares intensas podem perturbar camadas da ionosfera, bloqueando
a transmissão de ondas rádio de alta frequência
no lado da Terra voltado para o Sol.
Do mesmo modo, erupções solares podem ser acompanhadas
por pulsos de ondas rádio que podem interferir com
comunicações via satélite e sistemas de
posicionamento global.
Algumas erupções solares estão associadas
à ocorrência de ejeções de matéria
coronal, as quais por sua vez podem dar origem a
tempestades geomagnéticas.
Sol em raios-x. (fonte: NOAO/SWPC)
Representação de tempestade solar atingindo Marte. (fonte: NASA)
Fluxos de partículas energéticas medidas por
satélites como os GOES ou ACE são bons indicadores
do nível de atividade solar e, em particular, da
ocorrência de ejeções de matéria coronal.
Elevados fluxos de partículas solares energéticas
correspondem ao fenómeno de clima espacial conhecido
por Tempestade de Radiaçõo Solar.
Tempestades de Radiação Solar intensas podem
perturbar o funcionamento de satélites (podendo mesmo
danifica-los permanentemente), afetar comunicações
de alta frequência e sistemas de navegação
globais (como o Galileu) e expor passageiros de voos a altas
latitudes a níveis de radiação superiores
ao habitual.
A monitorização do vento solar
fornecida pelo Advanced Component Explorer (ACE) é
fundamental à previsão das condições
geomagnéticas, pois ventos de elevada velocidade podem
originar tempestades geomagnéticas de grau moderado.
Do mesmo modo, a monitorização de grandes
buracos coronais, visto como as manchas escuras em imagens
de raios-x e ultravioleta extremo, permitem-nos esperar
níveis geomagnéticos perturbados, uma vez
que a estrutura magnética nestas regiões
do Sol permitem que o vento solar escape a maior velocidade.
Interação entre o
vento solar e a magnetoesfera terrestre. (fonte: ESA)
Parâmetros solares
tais como o fluxo rádio no comprimento de onda de 10,7cm,
o número de manchas solares ou a extensão das
plages são bons
indicadores do nível de atividade solar.
A probabilidade de ocorrência de fenómenos de
clima espacial intensos é proporcional ao nível
de atividade solar.
Finalmente é importante recordar que o nível
de irradiação solar (i.e. a quantidade de
energia que recebemos do Sol) é proporcional ao
nível de atividade solar.
Assim, a monitorização desta última
é importante para a compreensão
e previsão do clima no nosso planeta.