Uma folha de papel ou de cartolina
A4 de
cor clara (para que sobre
ela se vejam bem as sombras)...
Régua graduada, esquadro graduado, compasso,
transferidor...
Lápis, borracha, esferográficas, um
marcador
da sua cor preferida
Tesoura, cola.
Para o suporte do mostrador e
fixação do gnómon...
O mostrador tem de assentar-se num
suporte rígido plano. Pode ter uma forma à sua escolha
(circular, poligonal, irregular,...).
Exemplos de materiais frequentemente utilizados: uma placa de
corticite, de esferovite, ou de outro material que não empene e
onde seja possível espetar um gnómon.
***
Pode optar por vários tipos de mostradores. Os dois mais
utilizados são os dos relógios
equatoriais e dos relógios
horizontais.
Relógios
Equatoriais
O mostrador é o mais
fácil de desenhar. Pode ser circular, ou ter outra forma
qualquer do seu agrado. Veremos, como exemplo, o caso circular: na
periferia do
círculo (chamada limbo do
relógio) as horas sucedem-se regularmente, a intervalos de
15º (= 360º/24) chamados fusos
horários. Podem também marcar-se as meias-horas e
os quartos-de-hora. Faça as
marcações com transferidor, de 15º em
15º. Para marcar as horas, marque 0º,15º, 30º,
45º, etc., até 180º, sem
levantar o transferidor. Não
utilize o compasso para transferir estes ângulos, pois
esse procedimento provoca acumulação de erros! Para
marcar as meias-horas, coloque os 7.5º do transferidor numa das
marcas horárias já feitas, e depois marque 0º, 15º,
30º, etc., até 180º, sem levantar o transferidor.
Proceda de forma análoga para
as marcas dos quartos-de-hora.
Relógios horizontais
É difícil desenhar o
mostrador, pois as marcas das horas não são
regularmente espaçadas. Para a latitude e longitude de Coimbra
(Latitude 40º12' N, Longitude 8º25' W), e considerada a hora
de Verão, as marcas teóricas das horas (tempo solar
médio) poderão ser marcadas de acordo com a seguinte
tabela:
horas
|
6
|
7
|
8
|
9
|
10
|
11
|
12
|
13
|
14
|
15
|
16
|
17
|
18
|
graus
|
0.0
|
21.0 |
44.2 |
65.6 |
83.0 |
96.9 |
108.3 |
118.4 |
128.1 |
138.1 |
149.4 |
163.0 |
180.0 |
Convencionei que a marca das 6 h (a.m.)
é a origem da marcação das outras marcas;
sucedem-se (no sentido retrógrado) as 7 h, a 21º de
distância
angular, depois as 8 h, que devem marcar-se a 44.2º, etc..
Note-se que as 6 h
p.m.
estão marcadas a 180º, em
oposição exacta às 6 h
a.m.. Convém marcar as 19,
20 e 21 horas pois, no solstício de verão, o Sol
põe-se um pouco depois das 21:00. As marcas das 19, 20, 21
horas ficam em posição diametralmente oposta às
das 7, 8 e 9 da manhã; portanto, pode assentar o transferidor
com o centro no centro do mostrador e a linha dos 0º nas 18 horas,
e marcar as 18, 18, 20, ... a distâncias angulares de 21.0,
44.2, 65.6, ... graus.
A abreviatura a.m. lê-se ante-meridiem,
expressão latina que significa antes do meio-dia...
... p.m.
lê-se post-meridiem,
que significa depois do
meio-dia.
Clique
aqui para obter,
como brinde, diversos estilos de limbos, prontos a servir (trata-se
de um documento 'Word', no qual pode controlar, com a ponteira do rato,
o
tamanho do quadrante a imprimir).
Notas
sobre relógios de sol
A construção dum relógio de sol depende das
coordenadas geográficas do lugar onde o ponha a funcionar.
Uma das melhores páginas para encontrar tais coordenadas
é o Getty Thesaurus of Geographic Names Online.
Veja as datas e horas de acontecimentos importantes:
Equinócios, solstícios, afélios e
periélios, até
2020.
Qual a relação entre a hora dada por um bom
relógio de pulso* e a hora dada por um bom
relógio de sol?
Um bom relógio de pulso divide o tempo de um ano solar em partes
rigorosamente iguais, chamadas horas, minutos, segundos..., que
são fracções do intervalo de tempo chamado dia solar médio.
Um relógio de sol marca os dias e horas solares verdadeiros, os quais não
têm sempre, ao longo do ano, a mesma
duração medida pelo relógio de pulso: em Janeiro,
por exemplo, os dias
solares verdadeiros chegam a ter 25
segundos a mais que os dias do relógio de pulso, e em Julho
acontece o contrário. Assim, durante os nossos meses de Inverno
(de Verão no Hemisfério Sul), os relógios de sol
atrasam-se um pouquinho (não mais de 25 segundos) em cada dia
que passa, e fazem-no cumulativamente,
chegando a ter
cerca de 14 minutos de atraso em meados de Fevereiro; depois compensam,
começam a acelerar (o Sol, não
eles, claro!), recuperam o atraso, chegando no início de
Novembro a ter 16 minutos de avanço sobre o tal relógio
de pulso que evolui com velocidade uniforme.
Ao fim de um ano completo, um bom relógio de sol e um bom
relógio de pulso acabam por bater certo nos tempos que indicam,
mas no decorrer do ano eles medem coisas diferentes. Para perceber
porquê, leia
o seguinte texto.
_____________________
* Ou
um bom relógio electrónico, ou um bom relógio
atómico...
Referências
- As Sombras do Tempo,
página 'web' da FCUL, Lisboa,
2002-2005 (vista em 6 Março 2007).
- A. Estácio dos Reis, Medir Estrelas, CTT de Portugal.
Desta obra vejam-se dois extractos digitais: O recurso à
latitude e À procura da
longitude (vistos em 6 Março 2007).
- M. Stoneman, Easy-to-Make
Wooden Sundials, Dover Publications, Inc., New York, 1982
(brochura com
instruções de construção).
- A. Waugh, Sundials- Their
theory and construction,
Dover Publications, Inc., New York, 1973 (bem fundamentado).